2012-04-02

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Pantera dos olhos dormentes

                 Oii Pimentinhas, resolvi mostrar a história de uma mulher verdadeira com seus sentimentos e entregue a paixão, Anayde Beiriz:



“... Os meus amigos que escrevem nos jornais que também escrevo, chamam-me PANTERA DOS OLHOS DORMENTES... Sabes por que? Porque dizem que nos meus contos sempre ponho uma mancha de sangue e porque gosto de tudo o que é vermelho...Crêem eles que sou trágica, que gosto desse amor que queima, dessa paixão que devora, dessa febre amorosa que mata...”

Uma mulher a frente de seu tempo, Anayde Beiriz era uma doce professora nascida na Paraíba na década de 30. Em 1924 conheceu Heriberto Paiva a quem chamava de Hery. A Pantera dos olhos dormentes, como era chamada pelos amigos, era uma poetiza e aqui mostro um pouco de suas palavras para o ‘Hery’;

“(...) O amor que não se sente capaz de um sacrifício não é amor; será, quando muito, desejo grosseiro, expressão bestial dos instintos, incontinência desvairada dos sentidos, que morre com o objetivar-te, sem lograr atingir aquela altura onde a vida se torna um enlevo, um doce arrebatamento, a transfiguração estética da realidade... E eu não quero amar, não quero ser amada assim... Porque quando tudo estivesse findo, quando o desejo morresse, em nós só ficaria o tédio; nem a saudade faria reviver em nossos corações a lembrança dos dias findos, dos dias de volúpia de gozo efêmero, que na nossa febre de amor sensual tínhamos sonhado eternos.

Mas não me julgues por isto diferente das outras mulheres; há, em todas nós, o mesmo instinto, a mesma animalidade primitiva, desenfreada, numas, pela grosseria e desregramento dos apetites; contida, nobremente, em outras, pelas forças vitoriosas da inteligência, da vontade, superiormente dirigida pela delicadeza inata dos sentimentos ou pelo poder selético e dignificador da cultura.

Não amamos num homem apenas a plástica ou o espírito: amamos o todo. Sim, meu Hery, nós, as mulheres, não temos meio termo no amor; não amamos as linhas, as formas, o espírito ou essa alguma coisa de indefinível que arrasta vocês, homens, para um ente cuja posse é para vocês um sonho ou raia às lides do impossível. Não, meu Hery, não é assim que as mulheres amam. Amam na plenitude do ser e nesse sentimento concentram, por vezes, todas as forças da sua individualidade física ou moral.

É pois assim que eu te amo, querido; e porque te amo, sinto-me capaz de esperar e de pedir-te que sejas paciente. O tempo passa lento, mas passa...

...E porque ele passa, e porque a noite já vai alta, é-me preciso terminar.

Adeus. Beija-te longamente, Anayde”



Em 1928 ela viveu um romance com João Dantas, adversário de João Pessoa, forte dentro a política da época.

Pelo fato de Anayde Beiriz João Dantas não serem casados, a sociedade da época reprimia o relacionamento e foi durante uma invasão comandada por João Pessoa que as cartas de amor entre os dois foram descobertas e publicadas nos jornais da cidade.

Escândalos, tragédia e romance tomaram o contorno de sua vida.

Ele se revoltou contra João Pessoa, o matou e foi preso. Na prisão se foi morto ou se matou, não se sabe ao certo, fato é que faleceu. E ela não suportou as pressões que estava vivendo, se matou.
 Espero que tenham gostado Pimentinhas... sugestões de textos que vocês gostem mandem pro meu twitter @sophie_chanel, beijão queridas!!! Até a semana que vem =)

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